O POETA E A LAVADEIRA

Assim como a lavadeira, Das Dores Maria,

Vestida com um lindo e listrado avental;

O poeta, em dores, estende a sua poesia,

Nas linhas da página, como se fosse varal.

Sua dor esquece, Maria. Tão feliz, assobia,

E, como Das Dores Maria, faz ele, o poeta;

Nas linhas da página, estende a sua poesia,

E faz alva a sua alma da mancha que o afeta.

E assim, quem passa vê alvas no varal de Maria,

As roupas que ela lava. E, enquanto lava assobia,

Um belo cantar que esconde as suas dores;

Assim faz o poeta, tão cheio de amor e carinho,

Estende no varal a poesia. Esquece os espinhos,

E a quem passa... Ele entrega um buquê de flores.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 01/08/2010
Reeditado em 21/03/2022
Código do texto: T2412439
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