SAUDADADE GÉLIDA

Quando ao findar daquela fria tarde,

Onde me deste adeus, indo embora;

Colocastes uma pedra, que inda arde,

Em minha alma, como se fosse agora.

Inda hoje sinto no rosto o vento frio,

E, o sol a deitar-se sobre o horizonte;

E, inda sinto o murmúrio vindo do rio,

Foram-se anos, mas parece... Ontem.

E, assim hoje, nesta tarde de inverno,

Pouso meu olhar sobre este caderno,

E, recordo-me daquela tão fria tarde;

E, derramo sobre a página tão branca,

A neve desta saudade, tão fria e franca,

Que neste soneto em meu peito arde.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 31/07/2010
Reeditado em 05/01/2024
Código do texto: T2410992
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