A RIMBAUD
Deixe que o veneno corra e teu sangue morra
em mim, em minhas veias de vinho, areia e mar,
na gangorra de minhas ondas, na masmorra
de meu amar, no caminho certo de me encontrar.
Beba do meu cálice maldito, repousa
tua língua seca em minha boca, sinta o fogo
infinito, subterrâneo ventre da lousa,
e o teu espírito, descansa-o em meu jogo.
Pedagogo dos mortais, exila teu medo,
condena-o ao degredo desta vida e siga
a estrada desconhecida, o rubro segredo.
Tão logo se decida, meu doce menino,
ao que os augúrios do futuro nos obriga,
deixe-me saber, porque meu é o teu destino.
>>KCOS<<