O MEU CARMA

Já fui chamado até de “Meu Querido”

Ignoro se havia sinceridade

Ou se, literalmente, era fingido

Para acalentar minha ingenuidade.

Eu era tão sincero e tão sentido

Vivendo apenas de felicidade.

Só o ciúme me punha constrangido

E me doía muito a vil saudade.

Aos poucos fui caindo no abandono

Como um gatinho trêmulo e sem dono

Que não se dá bem em nenhum lugar.

Hoje a vida mudou, fez-me feliz

Deu-me luz e curou-me a cicatriz

Que me apertava a alma até sangrar.