Uma vampira...


uma vampira se agarrou ao meu pescoço,
seus olhos negros mergulharam no meu ser,
como navalhas amoladas no prazer
seus dentes finos me fizeram de almoço!

por um minuto mergulhei no imundo fosso
e acompanhado por fantasmas vi nascer
toda miséria reservada a quem vê
a face oculta da vampira em pleno gozo!

fui despertado pela mão fria de um menino
tão sorridente quanto um mar na primavera,
mas, de repente, outra vampira me abraçou,

pregando em mim seus dentes fortes me deitou
na podre lama (a carniça de uma fera!)
para beijar-me como faz qualquer felino!