outro dia, noite adentro, vi passar
um vulto branco, jovem e sedutor!
fiquei ali, olhando seu caminhar,                                             
para esquecer da minha imensa dor!

- era uma mulher bela, a atravessar
por um sinal de trânsito incolor...
era um anjo caminhando sobre o mar...                                  
uma escrava liberta do seu feitor!

o meu olho virou o espelho do seu ser
- duas almas sobrepostas num espelho,
duas moedas conspirando numa mão!                        

por um segundo quis ser o vermelho
dos seus lábios pintados com carvão;
jamais, jamais iremos nos rever!