Crepitar dos Pavios
Num céu vermelho que abraça.
Como lua me deixo ficar...
Bem perto a terra é calada
e a noite, cúmplice, a chorar.
No muro ao sabor do vento
toque de sombra no ar...
O olhar macio de sentimento,
telhado escuro à sonhar...
O calor esverdeado dos olhos,
espia triste entre as franjas
nos desencontros dos fios...
Nas grades de verdes folhas,
fecham-se os ferrolhos...
Preso, o crepitar dos pavios.