C L E M Ê N C I A
CLEMÊNCIA
A noite vai alta, soluça... e o sono não vem
falta algo, meu pensamento sofre amuado
pois falta alguém no travesseiro vago ao lado
que ironicamente me observa com desdém.
Ainda bem que ele não fala, fica calado.
Conto-lhe as dores da saudade do meu bem,
do quanto preciso, lhe falo, desse alguém
pra ser feliz e à solidão não ser fadado.
Lágrimas... de que adiantam, se a dor é tão grande;
se já a alma invadem; no corpo todo se expandem?
Não trazem alento; não acalmam essa dor!
Mas que fazer com esse vácuo que me trazes
se já desfiei todos os meus coringas e ases
e aprendi que não há antídoto contra o amor.