VOCÊ
Odir, de passagem
Você chegou no tempo em que eu estava
sem chuva, sem luar, sem sol, sem rio,
no instante em que tudo me faltava,
quando eu me alimentava do fastio.
Você chegou quando eu não mais contava
com outro corpo a me cobrir o frio,
quando a morte dos sonhos me matava
de solidão, de coração vazio.
Você me fez fazer o que não pude.
Compôs-me a vida, que se fez completa,
compartiu-me desejos, amiúde.
Deu ao meu dia a conjunção direta
com a noite, do amor a completude,
depois me fez amanhecer poeta.
JPessoa, 25.07.10
Odir, de passagem
Você chegou no tempo em que eu estava
sem chuva, sem luar, sem sol, sem rio,
no instante em que tudo me faltava,
quando eu me alimentava do fastio.
Você chegou quando eu não mais contava
com outro corpo a me cobrir o frio,
quando a morte dos sonhos me matava
de solidão, de coração vazio.
Você me fez fazer o que não pude.
Compôs-me a vida, que se fez completa,
compartiu-me desejos, amiúde.
Deu ao meu dia a conjunção direta
com a noite, do amor a completude,
depois me fez amanhecer poeta.
JPessoa, 25.07.10