A ESPERA DA MORTE
Odir, de passagem
Qual é o teu destino, morto-vivo,
se teus olhos perderam o oriente,
se já não vês no vértice o motivo
para tentar, para seguir em frente!
O mundo te esqueceu. Abstrativo,
ele ignora a dor completamente!
Falta-lhe alma, o hábito afetivo
que o permita ver-te como gente!
Aonde vás com teu cajado torto?
Não há mais rumo, não há sul nem norte,
não há lugar, no mar não há mais porto.
Perdeste a seiva, não tens mais suporte...
Qual é o teu destino, vivo-morto,
além do nada onde te espera a morte?
JPessoa, 29.07.10
Odir, de passagem
Qual é o teu destino, morto-vivo,
se teus olhos perderam o oriente,
se já não vês no vértice o motivo
para tentar, para seguir em frente!
O mundo te esqueceu. Abstrativo,
ele ignora a dor completamente!
Falta-lhe alma, o hábito afetivo
que o permita ver-te como gente!
Aonde vás com teu cajado torto?
Não há mais rumo, não há sul nem norte,
não há lugar, no mar não há mais porto.
Perdeste a seiva, não tens mais suporte...
Qual é o teu destino, vivo-morto,
além do nada onde te espera a morte?
JPessoa, 29.07.10