AMIGA NAVEGANTE

Voando em brumas de saudade triste

Consegui com auxílio bem distante

Isolar-me do amor que há tempo existe

Em minh’alma inocente e vacilante.

É uma deusa imortal que ao mal resiste...

Tomou-me pelas mãos, tão elegante,

E disse-me que a dor do amor consiste

Em prender-se à pessoa navegante.

A navegante busca em outra plaga

A cada dia, um novo amor a embriaga,

E esquece o antigo amigo a sofrer só.

Hoje estou co’a alma alegre, consolada,

Amiga que não me deixa na estrada

Curtindo minhas mágoas sem xodó.