Salicastru

O mar está quieto, a praia curva
sobre si mesma o arco em que se fez.
A onda apenas rola e assim não turva
a limpidez da água... A uma só vez

pousam na espuma garças e gaivotas.
A tarde, que desenha a bruma escura,
carrega desventuras, mas não notas
a força do desejo, ó criatura!

Perseguem teus anseios céu e mata,
sinais dissimulados nas vertentes;
um simples sussurrar inconsequente.

Quem pisa na armadilha, o nó desata
e sofre, quanto mais ali esperneia,
e morre, sem sequer tocar a areia.

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