Um para o outro
A tarde evapora num sol congelado
E no horizonte silenciam-se as vozes
Perdidas no meio de feridas atrozes
De palavras mudas no peito sufocado.
No silêncio seus lábios se encontram
E tantas palavras que precisavam ser ditas
Emudeceram no calar de almas aflitas
Que como fogo e gelo se afrontam.
O oposto se funde na insensatez
Na contradição de um sentimento
De um amor que lhes parece proibido
Naqueles olhos que na primeira vez
Fiseram daquele simplório momento
A razão única porque têm vivido.