O CONDENADO
Subi no cadafalso por vontade própria,
ninguém no patio, só o vazio, solidão
Chovia e a corda grossa, molhada e fria,
calada refletia o mal na escuridão.
Algozes estiveram ali durante o dia,
aguardando a hora da execução.
Gestos, alaridos, tanta gritaria,
relembrei que vinham da multidão.
A sorte foi lançada alta e proferida,
num brado rouco do oficial tenaz,
o chão se abriu, veio a dor, faltou o ar
Ninguém veio curar as chagas da ferida,
na morte do inocente amante, incapaz
delito: condenado,tão somente por te amar!...