O CONDENADO

Subi no cadafalso por vontade própria,

ninguém no patio, só o vazio, solidão

Chovia e a corda grossa, molhada e fria,

calada refletia o mal na escuridão.

Algozes estiveram ali durante o dia,

aguardando a hora da execução.

Gestos, alaridos, tanta gritaria,

relembrei que vinham da multidão.

A sorte foi lançada alta e proferida,

num brado rouco do oficial tenaz,

o chão se abriu, veio a dor, faltou o ar

Ninguém veio curar as chagas da ferida,

na morte do inocente amante, incapaz

delito: condenado,tão somente por te amar!...

Joel A Silva
Enviado por Joel A Silva em 28/07/2010
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