SONETO AO COLO MATERNO
Tenho medo da noite
Quando chove e o trovão estronda no céu.
Tenho medo da insônia e pesadelo:
Acorda em mim um monstro cruel.
Sei que muito sofreria e que teria um triste fim
Sem o conforto do teu colo para chorar e dormir
Tuas preces para afugentar o pesadelo com o coisa-ruim
E tuas mãos para me guiar e me proporcionar o sorrir.
Certos dias, a coluna dói de tanto sob e desce escada
Teu padecer é tão sofrido que chegas desfalecer.
(pranteias) Mas a fé não fraqueja sob o fardo da jornada.
Noutros, (em preces) adormeces sem desligar a luz.
(me apiedo de ti) No calor do teu corpo me deixo adormecer
E passo a noite sonhando com borboletas azuis.