INDOMÁVEL
Governado pela rainha, no seu reino de magia
Irrequieto o coração, em tão cega obediência
Submete-se súdito, aos caprichos da fantasia
Cede aos desmandos, com clara subserviência
Beija-lhe mãos e pés, curvando-se diante dela
Sôfrego e hesitante, ele, rende-lhe reverência
Com olhar penetrante, seu amor que se revela
Ela, imponente, assedia-o, simulando carência
Seduzidos os sentidos, é feitiço que o intima
O súdito embevecido, pela sua musa, suspira
Sucumbe aos apelos, da rainha que o domina
Realidade ou quimera, amor, tristeza, alegria
No reino da inspiração, o súdito é só o poeta
-Refém da rainha indomável, a própria poesia