INDOMÁVEL

Governado pela rainha, no seu reino de magia

Irrequieto o coração, em tão cega obediência

Submete-se súdito, aos caprichos da fantasia

Cede aos desmandos, com clara subserviência

Beija-lhe mãos e pés, curvando-se diante dela

Sôfrego e hesitante, ele, rende-lhe reverência

Com olhar penetrante, seu amor que se revela

Ela, imponente, assedia-o, simulando carência

Seduzidos os sentidos, é feitiço que o intima

O súdito embevecido, pela sua musa, suspira

Sucumbe aos apelos, da rainha que o domina

Realidade ou quimera, amor, tristeza, alegria

No reino da inspiração, o súdito é só o poeta

-Refém da rainha indomável, a própria poesia

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 27/07/2010
Reeditado em 02/03/2011
Código do texto: T2401717
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