ALFORRIA
Onde se esconde o meu sol de primavera
Por que não tenho mais vontade de sorrir
O que será que aconteceu ao meu porvir
Por que é que tudo me parece uma quimera?
Por que a tristeza de meu peito se apodera,
Frente a essa mágoa insistente a me afligir
E a lembrança do passado me encarcera
Sem que eu tenha forças p’ra dela fugir?
Eu me pergunto se esta destemperança,
Que me domina, tolhendo os meus sentidos,
Será o fruto de meus dias sem pujança...
E esta nuvem negra de melancolia,
Retida em meu pensamento abstraído,
Seja o início da sonhada alforria!
(Milla Pereira)