O CLÍMAX [CCXXVIII]
De beijos já me ponho a desenhar-te,
num ir e vir de línguas e mucosas;
tu, no imo, a ferver-te, em cada parte,
e em teu corpo as carícias dadivosas.
O teu dorso, às pegadas vigorosas,
de engelhado, que nem pintura d’arte,
quer bastantes volúpias mais gulosas,
pois enfeixas desejos, num encarte.
E sem trégua, de gozo nos fartando,
teus contentes gemidos, vez em quando,
na entrega sem vencido ou vencedor.
Enfim, o arfante clímax na madruga,
e um infindo silêncio que nos suga,
e o pós-guerra dos dois, a prol do amor.
Fort., 25/07/2010.