SONETILHO

Por que somes do meu sonho

Na noite fria e brumosa?

Achas-me talvez bisonho

Ou é por seres formosa?

No sonho tudo se iguala:

O bobo fica sabido,

O mudo restaura a fala

E o surdo ouve até zumbido.

Não saias mais dos meus sonhos,

Não tema seres magoada...

Nem meus beijos são tristonhos.

Serás por mim adorada,

Meus cuidados são risonhos

E a minh’alma concordada!