Fúria

Enfurecido ao sangue da boca mordida,

Já atiçado ao ódio daquele que apanha,

Vê-se à orla, o alçapão da alma tacanha

A morte que se adona do sopro da vida

Negado ao bruto, controle que assanha

A lucidez nem vestígios, mente atrevida

Que persiste ainda, de alfinetar a ferida

Torpe em ópio à sua estupidez tamanha

E no opimo terreno, em toda sua manha,

Se contorce ao gozo tal como um áspide,

Opíparo ao olhar da presa que abocanha

No leito deste opúsculo para tal façanha

Se estampa entalhada em carrara lápide,

Que neste orbe aqui jaz a maldita sanha!

Valdívio Correia Junior, 25/07/2010

Texto inspirado nas obras da minha caríssima

PaRaBoLiKa, poetisa e amiga, por quem tenho

uma admiração especial! Muitíssimo obrigado!!