ARANHOL
Sonho que sou o pássaro canoro
Que te dá melodias da gaiola;
A minha liberdade eu não imploro
Porque co’a música minh’alma evola;
Quando neste poleiro a vida eu choro
O pensamento pelo espaço rola...
Estas grades demarcam onde moro,
Mas aonde eu vou o espírito controla.
Por esse teu carinho não sou triste,
Tu misturas amor ao meu alpiste,
Mesmo enjaulado eu sei não ser sozinho...
Como homem eu te entendo e te amo tanto,
Que para te alegrar com belo canto,
Queria ter nascido um passarinho...