Ode à noctívaga

Teus hábitos deveras enfadonhos

Em mim causa a urticária do desgosto

Da noite, só te quero nos meus sonhos

Com um alvo véu ocultando seu rosto

Pois não sou adepto do naturalismo

Para desejar os males do carma

Que me venha só o ardor do romantismo

Para constituir meu terno darma

Aproveite a superficialidade

E a ausência do sol no céu tão distante

Pois perene é sua natalidade

Ao amanhecer, estarás arquejante

E após se render às futilidades

Irás perder um dia radiante