Soneto sem e

No topo da montanha, um galo canta

anunciando o fim da madrugada.

Um último casal finda a noitada,

a luz do Sol satura o mar. A planta,

inda orvalhada, afaga o novo dia:

a clorofila traga o mundo, a luz.

Qual dançarinos, colibris azuis

bailam no ar; um sabiá ‘sobia.

Um murmúrio, um ruído surdo, fraco:

alguns pardais, inda dormindo, vão

limpando a grama úmida, orvalhada,

aos pulos, folha a folha, taco a taco.

A vida toma força, sai do chão,

louvando a luz, ao Sol iluminada.