IDEALISMO
Cala-te e vás... não precisas me ouvir,
Se o que digo não lhe agradas, parta!
Vá sem luta, sem culpa, sem carta,
sem se despedir. Vá! podes seguir.
Teu lírico idealismo é insano,
insípido à pena que carregas.
Tua falsa crença, comum engano,
quando os teus sentimentos renegas.
Então, se queres, vá! Deixe-me assim,
à sombra de meu cipreste imortal,
que aguarda, da carne, o completo fim.
Vá! Pois quando futuras caveiras,
o pó, nossos ossos unir, cabal,
verás... temos as mesmas bandeiras.
>>KCOS<<
P.S. Inspirado no soneto "Idealismo", de Augusto dos Anjos.