IDEALISMO

Cala-te e vás... não precisas me ouvir,

Se o que digo não lhe agradas, parta!

Vá sem luta, sem culpa, sem carta,

sem se despedir. Vá! podes seguir.

Teu lírico idealismo é insano,

insípido à pena que carregas.

Tua falsa crença, comum engano,

quando os teus sentimentos renegas.

Então, se queres, vá! Deixe-me assim,

à sombra de meu cipreste imortal,

que aguarda, da carne, o completo fim.

Vá! Pois quando futuras caveiras,

o pó, nossos ossos unir, cabal,

verás... temos as mesmas bandeiras.

>>KCOS<<

P.S. Inspirado no soneto "Idealismo", de Augusto dos Anjos.

Karlla Caroline
Enviado por Karlla Caroline em 24/07/2010
Reeditado em 24/07/2010
Código do texto: T2396289
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