MEDO DO ESCURO

Temo a noite. Oh, algoz terrível

que finda quimeras, tolos devaneios

Arranca da alma os juvenis anseios

Torna o sentir um ato insensível

Temo a noite. Oh, breu desprezível

Vago nas trevas com receio

Visões turvas, em seu seio

Há tudo que se diz impossível

Espectros fitam-me presunçosos

Em busca de sonhos ociosos

Com insana fome, sem pudor

Na masmorra da desilusão

Sangra amiúde meu coração

Escorrem versos de imensa dor