SOBRE ESCREVER

Anjos de Augusto, de tuas asas arranco

a pena do expressionismo, que se veste

em meu sarcasmo de entusiasmo manco,

mas contagioso como os poros da Peste.

Trago pedras por baixo de panos brancos

e, por escrito, palavras de cipreste.

A pele de rinoceronte nos flancos,

protege-me a língua de quem a conteste.

Mas nem sempre o contexto do que escrevo

é protesto, por vezes, simples pretexto

a dar vazão ao meu vômito medievo.

O certo é que há gritos amaros, malditos,

e meus dedos, são canais, sentido sexto,

no qual vozes se convertem em manuscritos.

>>KCOS<<

Karlla Caroline
Enviado por Karlla Caroline em 23/07/2010
Código do texto: T2394346
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.