*** SERENATA DO AMOR ***

Se pelas frestas da janela derrama-se claridade

É certo, pois, que acordada está a sua amada...!

E no silêncio suave que envolve toda a cidade

Só o som plangente do violão na madrugada...!

Doce serenata do amor carente que se lhe oferece

Faz entreabrir as dobras longas daquela cortina

E nesse momento todo universo lhe desaparece

Para dar lugar à imagem nua da mulher-menina...!

Tal deslumbramento se lhe arrebata a febre terçã

Já no Paraíso esse Adão recebe de Eva, a maçã;

A noite-criança se passa veloz; já é de manhã...!

O amor consumado tem o testemunho do seu violão

Que ficou de lado, mudo assistindo o fogo da paixão

A serenata do amor carente agora canta no seu coração...!