DE VEZ EM QUANDO
O cansaço vem me fazendo um tanto mais brando
Com um pulsar escandaloso mentiroso e profano
Nas belezas dos dias em que me esqueço e me engano
E muito mais belo que as alegrias de vez em quando
Mas ainda assim se torna, no todo, perfeito
Enquanto um desalento pedregoso em desalinho
Se é mais incrível que um pesadelo mal feito
Incrivelmente só, paralisado nas belezas do tempo
E misturado com as cores d’uma noite que tento não ver
Escurecido com os trovões que essa noite parece não ter
Embevecido com os clarões maldizidos em vãos momentos
Acareando as realidades destes sonhos desertos
Misturando com os lodos das paredes enlameadas
Fico gravando meus sonhos cada vez mais de perto
Graciliano Tolentino
20-07-2010