QUANDO SE AMA
Quando um brilho encandeia em si verdade
Vai num suspiro, num canto, num riso
Sorridente sorri ao Sol e ao siso
Que brando abrolha em tal intensidade
Quando o amor na verdade é em si predito
Não comensura quem te olha a vagar
Nem contrafeito suspeita o seu par
Nem de acusado priva-se o seu rito
Vão, se declama à brisa em tais fortunas
Na cerração que exsurge destas brumas
E se espanta ao ouvir tão lindo canto
Sem se saber pra onde o vento ruma
Que pode de repente qual espuma
Abluir-se em seu belo e meigo encanto
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