Soneto à solidão!


Sem solidão não posso nem sonhar
vagar por entre estrelas do meu céu,
errar na noite afora, só, ao léu,
fazer bolhinhas de sabão no ar!

E galopar no lombo d'um corcel
na aveludada noite sem luar...
Sequer posso pensar, sentir, amar,
Colher na mata minha o doce mel!

Sem solidão não sinto a cor da vida!
Curar a mágoa, a ira, ou ferida,
Não há como sentir, sequer pensar...

Preciso ficar só, orar na ermida,
sentir meu próprio corpo, me tocar...
Sem solidão não posso versejar!

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 19/07/2010
Código do texto: T2386238
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.