AMAR POR AMAR
AMAR POR AMAR
Amar por amar não é amor, nem nunca foi;
amar por amar não tem carícia; – é vazia.
Amor assim é do poetaço a poesia;
gozo efêmero do não castrado boi.
Se os sonhos se esgotam... o coração esfria;
Se o cavalheiro embrutece o amor se corrói.
É o carinho que escarra. É a mão que destrói.
Felicidade que esbarra na hipocrisia.
Mas há de ter brios nobres da escola antiga
Que hão de zelar para que a cartilha prossiga
E ao carinho do lar volte o antigo calor.
Mas ah! Os homens-máquina confundem ternura
Co’os números do banco; o viver em fartura.
Não conjugam mais nos lares o verbo do amor.