AMAR POR AMAR

AMAR POR AMAR

Amar por amar não é amor, nem nunca foi;

amar por amar não tem carícia; – é vazia.

Amor assim é do poetaço a poesia;

gozo efêmero do não castrado boi.

Se os sonhos se esgotam... o coração esfria;

Se o cavalheiro embrutece o amor se corrói.

É o carinho que escarra. É a mão que destrói.

Felicidade que esbarra na hipocrisia.

Mas há de ter brios nobres da escola antiga

Que hão de zelar para que a cartilha prossiga

E ao carinho do lar volte o antigo calor.

Mas ah! Os homens-máquina confundem ternura

Co’os números do banco; o viver em fartura.

Não conjugam mais nos lares o verbo do amor.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 17/07/2010
Código do texto: T2384087
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