DESABAFO

Que rasguem meus cordéis, sonetos, trovas!

Destruam o que escrevi nos meus delírios,
Pois frutos são do meu sofrer, martírios,
Das dores minhas são, enfim, desovas...
 
Que atirem tudo que eu escrevi ao vento!
Os textos não são meus depois que escrevo...
E brotam em mim com tanto amor, enlevo,
Retê-los dentro em mim sequer eu tento!
 
 
Que queimem meus indrisos, meus rondeis,
Tirados lá dos fundos das entranhas,
Rebentos meus, de minhas vãs façanhas!
 
Minhas poesias são bem sei, tacanhas,
Embora sejam amigas bem fiéis,
São dores que atirei nos meus papéis!
 
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/07/2010
Reeditado em 17/07/2010
Código do texto: T2382830
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