C A D Ê N C I A D O T E M P O
CADÊNCIA DO TEMPO
A ruminar saudades amaras solitário
volvo o corpo nas noites frias em meu leito.
E esta saudade que teima em doer no peito
me acabrunha e inda assim traz alento ao fadário.
Vejo ao longe, de outras vidas dizem respeito,
carinho exuberante, a excelsa luminária,
que dançam pro Sheik as danças da lira da ária,
farfalham véus na dança do ventre perfeita.
Mas há desavenças entre esposas amantes.
Vejo ciúmes doidos em terras distantes,
e os ciúmes demonstram disputa de honor.
Nas fraldas do tempo surge a luz da razão.
No atual plano é a meiga luz do coração;
é o preito ao ciúme que define esse amor.
Texto:
Afonso Martini
17/07/10