Alma prisioneira

Minh’alma presa neste corpo vil,
cansada está da força da matéria,
da vida que circula em minha artéria,
dos anos que se vão a cada Abril;
 
deseja ser etérea, ser sutil,
desconhecer na vida tal miséria,
que é tão ferina, torpe, deletéria,
que a  torna assim, escrava e tão servil;
 
e pelos vãos dos olhos busca o além,
procura portas, pois quer ir-se embora,
no sideral espaço se espalhar;
 
e quer romper com tudo que a detém,
até a antiga poita em que se ancora,
tornar-se estrela, ir ao céu brilhar.
 
Brasília, 17 de Julho de 2010.
Sonetos diversos, pg. 39
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 17/07/2010
Reeditado em 19/08/2020
Código do texto: T2382723
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