Confissões de amor

Eu gosto meu amor, quando me fitas
com esse jeito teu maroto e terno,
fogoso, que me aquece o frio inverno,
silente como as preces mais benditas.
 
Eu amo quando finges que me evitas,
e assim me espreitas como um ser superno,
se amor imploro e meu desejo externo,
tirando de meu corpo as minhas chitas.

Adoro quando chegas de repente,
trazendo pão de queijo e vinho tinto,
quiçá  bouquet de rosas cor carmim.

Ou quando em mim deslizas qual serpente,
trocando teu recato pelo instinto,
e assim te rendes sem pudor, a mim!
 
Brasília, 15 de Julho de 2010.

Pura chama, pág. 15
Sonetos selecionados, pg. 52
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/07/2010
Reeditado em 27/08/2020
Código do texto: T2380160
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