O Colo
Recosta minha tez desnuda e singela
Em teu seio macio, cândido e puro
Na minha alma tece o prumo e o apuro
E sirva-me os caldos de sua tigela
No teu colo encontro o afago e o calor
E a mais bela paisagem, imensidão
Devo confessar um certo comichão
Que não é exatamente um puro amor
O olfato capta o exalo de uma essência
Que perfuma o ar e contamina a mente:
Já não sou tão perfeito, puro e inocente
No teu colo encontro o esteio e a lascívia
O sustentáculo da paixão e a amência
E o prazer que impõe a minha alma oblívia