PRANTO POÉTICO

Gotas descendentes rolam pelo rosto

Os lábios sorvem sôfregos do pranto

Tragam do sal forte, o intenso gosto

Água das dores, do cruel desencanto

Na face escorrem do choro exposto

Os olhos falam, imitando um canto

Suave como mel, de doce composto

Água de amores, do sutil encanto

Do amor, alegria, dor ou desgosto

As lágrimas que fluem, são no entanto

Águas que vazam da alma, o seu posto

De um triste pranto faço acalanto

Das gotas ardentes, um fogo suposto

Lágrimas de poesia n’alma planto

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 14/07/2010
Reeditado em 14/07/2010
Código do texto: T2377863
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