PRANTO POÉTICO
Gotas descendentes rolam pelo rosto
Os lábios sorvem sôfregos do pranto
Tragam do sal forte, o intenso gosto
Água das dores, do cruel desencanto
Na face escorrem do choro exposto
Os olhos falam, imitando um canto
Suave como mel, de doce composto
Água de amores, do sutil encanto
Do amor, alegria, dor ou desgosto
As lágrimas que fluem, são no entanto
Águas que vazam da alma, o seu posto
De um triste pranto faço acalanto
Das gotas ardentes, um fogo suposto
Lágrimas de poesia n’alma planto