O Beijo
Minha alma agradece seu pudor
O casto beijo fenece e constrói
A ponte entre mim e você: o ardor
E o fervente senso em mim e me rói
Não fosse tua boca gentil e fulgurante
Não tivesse o preceito incontinente
A sua mão distraída e lábios abaulante
Que parecem guardar uma alma adurente
Não fosse os teus beijos tão castos
Isentos e intactos, e o seu ato fermoso
Seria eu enfim entregue, absintioso
Seu beijo contido traz um ato pungente
Escondido o absinto alucina-me a mente
Treme-me o peito, pensamentos incastos