Longa Espera
Ah! Espera interminável neste saguão!...
— Medicança e mera, — Sois o alívio para m’ dor?
Crianças, velhos... Animais nesta escuridão,
Vegetais urrando neste ambiente sem cor!
Onde o alívio para os gritos deste irmão?
Vinditas, provas para a conquista do amor?
Doutos aclamam! Uivos de televisão,
Acalmam meu tédio à espera do mentor.
Olhares!... Lodos munidos de emoção,
Vêm como lobos! Seriam frutos de horror?
Lembro do lírio, recordo da canção!...
Sugo do colírio. A razão de ver a flor,
Tento ver teus olhos, mas cego é teu coração;
— Nego esta pena transitória, Senhor!...
Ribeirão Preto, 30 de outubro de 2001
9h00 min.
Este soneto foi escrito nesta data, durante uma longa espera na Fila do Hospital das Clínicas.
Ah! Espera interminável neste saguão!...
— Medicança e mera, — Sois o alívio para m’ dor?
Crianças, velhos... Animais nesta escuridão,
Vegetais urrando neste ambiente sem cor!
Onde o alívio para os gritos deste irmão?
Vinditas, provas para a conquista do amor?
Doutos aclamam! Uivos de televisão,
Acalmam meu tédio à espera do mentor.
Olhares!... Lodos munidos de emoção,
Vêm como lobos! Seriam frutos de horror?
Lembro do lírio, recordo da canção!...
Sugo do colírio. A razão de ver a flor,
Tento ver teus olhos, mas cego é teu coração;
— Nego esta pena transitória, Senhor!...
Ribeirão Preto, 30 de outubro de 2001
9h00 min.
Este soneto foi escrito nesta data, durante uma longa espera na Fila do Hospital das Clínicas.