Eu e o Cíclope

o Cíclope amarrou os meus braços indefesos
num ato insano, incerto, impuro e inconseqüente;
e a minh'alma se abriu de forma apaixonante
num gesto sem sentido, lírico e inexplicável...

aí, Circe, negra deusa de olhos sempre ilesos,
me olhou, como a menina louca dos meus versos
e assim reinventei o amor em vários universos
- poeta doido, rima viva e indecifrável...

sangrei como um novilho sobre o altar sagrado;
cordeiro de Deus, filho atroz, para uma escória,
criança fraca e em busca da louca memória
do tempo já vivido, ido e também passado...

- eu, simples nada, verme estúpido e cansado,
querendo ser - num verso – o Ulisses da História...