Soneto à deriva
Vento, traz-me a canoa de volta
Que anda à deriva no mar
Quem lá vai dentro não sabe remar
E em mim já cresce essa revolta
Vento, tu que arrastas as marés
Que devastas tudo em teu redor
Tu que serás sempre a força maior
Poupa-me a essa dor, por quem és
Vento, nada que me possas dizer
Pode atenuar esta minha angústia
Suplico-te, acaba com o meu sofrer
Vento, traz de volta o meu amor
Sei que não fazes milagres
Resgata-o das ondas em furor