Exílio
 
De mim, me encontro longe, nesta tarde fria,
liberta da tristeza, mágoas e saudades,
também de meus desejos, sonhos e vaidades,
e dos fulgores, viços, vícios, alegria.
 
Sozinha vago, dia e noite, noite e dia,
e não carrego, em mim, certezas nem verdades,
deixei aquém os meus amores, amizades,
andejo só e nada levo, estou vazia.
 
Vazia de mim mesma, calma e só prossigo,
de tudo estou liberta e leve sigo adiante,
restou-me só a frágil alma, que flutua.
 
Na aurora, que desponta, encontro o meu abrigo,
imensa paz, eu sinto, neste raro instante
em que sozinha vou, excarcerada e nua.
 
Brasília, 12 de Julho de 2010.
 
Seivas d'alma, pg. 57
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 12/07/2010
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T2372854
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.