CONTRADITA
Odir, de passagem
Por dissídio jamais contraditado,
porque não soube ser um ser contente,
eu sou o que não quis em meu passado
e me confundo em meu querer presente.
Eu me defino desacreditado
em tudo o que não cri, inda existente
num retrato, num verso apaixonado,
nos mortiços murais da minha mente.
Eu sou aquele que a saudade fita
sem motivos de mágoa ou de revolta,
pois até no que foi não acredita...
Eu sou a solidão que não se solta,
a ida ao ideário da desdita,
sem crer na cura, sem visar a volta!