CONTRADITA
Odir, de passagem


Por dissídio jamais contraditado,
porque não soube ser um ser contente,
eu sou o que não quis em meu passado
e me confundo em meu querer presente.

Eu me defino desacreditado
em tudo o que não cri, inda existente
num retrato, num verso apaixonado,
nos mortiços murais da minha mente.

Eu sou aquele que a saudade fita
sem motivos de mágoa ou de revolta,
pois até no que foi não acredita...

Eu sou a solidão que não se solta,
a ida ao ideário da desdita,
sem crer na cura, sem visar a volta!


oklima
Enviado por oklima em 11/07/2010
Reeditado em 29/10/2010
Código do texto: T2371715
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