DESCONFIADO
Já fui criança que saltava ao vcorrendo pelas trilhas dos camponeses
já fui menino de roça tantas vezes
tão esperto sem parar um só momento
já fui guerreiro pra ganhar minha comida
de calejada minha mão não mais sentia
que apesar de toda minha valentia
sem carinho nem percebia a minha vida
fui artista, santo, médico, jogador
e na calçada já rolei jogo de dado
hoje vivo das lembranças do passado
e analiso de soslaio o meu futuro
que está lógo alí, atrás do muro
por isso vou bem devagar, desconfiado.