O CHORO DO RIO...
Descia o rio, tão feliz, num doce murmúrio,
Num doce murmúrio, e tão feliz, descia o rio;
Um peixe, mais outros, ao ouvirem o murmúrio,
Em movimentos rítmicos... Saltitam no rio.
Leito abaixo, se percebe uma colcha d’espumas,
Que sobre as pedras se atiram e se elevam ao vento,
Puras e inocentes gotículas se unem as espumas,
Inocentes e sem tempo de ouvir, do rio, o lamento.
Desce o rio, agora lento... Num murmúrio triste,
Pelos objetos e dejetos que em seu leito insistem,
E que num amargor de fel a sua vida...Consomem;
Já se ouve o choro do rio que não teme o seu fim,
Pois que luta pela vida... Chora é verdade, mas sim,
Pelos peixes e plantas... E pelo futuro do homem.