O CHORO DO RIO...

Descia o rio, tão feliz, num doce murmúrio,

Num doce murmúrio, e tão feliz, descia o rio;

Um peixe, mais outros, ao ouvirem o murmúrio,

Em movimentos rítmicos... Saltitam no rio.

Leito abaixo, se percebe uma colcha d’espumas,

Que sobre as pedras se atiram e se elevam ao vento,

Puras e inocentes gotículas se unem as espumas,

Inocentes e sem tempo de ouvir, do rio, o lamento.

Desce o rio, agora lento... Num murmúrio triste,

Pelos objetos e dejetos que em seu leito insistem,

E que num amargor de fel a sua vida...Consomem;

Já se ouve o choro do rio que não teme o seu fim,

Pois que luta pela vida... Chora é verdade, mas sim,

Pelos peixes e plantas... E pelo futuro do homem.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 08/07/2010
Código do texto: T2366509
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