Ferir não devo
Ferir não devo aquele que me fere,
que crava em mim a dura e fina garra
e, com prazer, na minha face escarra,
e, sobre mim, a bile, enfim, desfere.
Não devo permitir que vença, impere,
esse ódio cascalhento, qual piçarra,
beber do fel que existe nessa jarra,
embora tanta dor me dilacere.
Aquele que nos fere nunca pensa,
que asperge em sua volta seu veneno,
semeia, no seu chão, a dor, tristeza.
Quem na alma traz tamanha malvadeza,
e sabe ser somente vil, pequeno
escreve, para si, voraz sentença.
Brasília, 07 de Julho de 2010
ESTILHAÇOS, p. 88
Ferir não devo aquele que me fere,
que crava em mim a dura e fina garra
e, com prazer, na minha face escarra,
e, sobre mim, a bile, enfim, desfere.
Não devo permitir que vença, impere,
esse ódio cascalhento, qual piçarra,
beber do fel que existe nessa jarra,
embora tanta dor me dilacere.
Aquele que nos fere nunca pensa,
que asperge em sua volta seu veneno,
semeia, no seu chão, a dor, tristeza.
Quem na alma traz tamanha malvadeza,
e sabe ser somente vil, pequeno
escreve, para si, voraz sentença.
Brasília, 07 de Julho de 2010
ESTILHAÇOS, p. 88