Soneto n. 145




E no fundo d'alma ficou gravado
um desgosto sabendo a desamor,
ferindo forte o coração magoado,
que vive agora sem nenhum calor.

O meu fado (bastante descorado:
preto e branco... sem alguma cor)
é um dano doloroso e decantado,
a matar meu poema - e esta Flor.

Que horror! Que sina mais escura
a me envolver, irritante tormento,
uma presença atroz...
feroz figura.

Ah! E é tão farta a água que chorei
por esse dissonante sentimento -
que meu pranto pra sempre sequei!

***
Silvia Regina Costa Lima
4 de julho de 2010





Obs: Apenas poesia do eu-lírico.