Não Maldigo Se Reguei Aquelas Flores
Não maldigo se reguei aquelas flores
Para quem só os espinhos merecia.
Não me importo se quem só dei alegria
Deu-me em troca desventuradas dores.
Embora eu não devesse escrito tê-los
Não maldigo se atirei versos ao vento.
Que me renderam feitos ao relento
Para quem, nem sequer, ousou a lê-los?
Malgrado o meu esforço ser perdido,
Não me culpo se a quem me deixou pungido
Com punhais dei versos, flores e alegria...
Não me culpo e não blasfemo se errei,
Só porque as flores que em vão reguei
Foram pra quem só espinhos merecia!