DESDITA

Todos os cantores cantam o meu canto.

Foi uma cópia de um pássaro perdido

Entre as ramagens de um pequeno recanto,

Acompanhado do meu pobre coração ferido.

Sou uma solitária, prisioneira do meu ego,

Blasfemando o belo e o certo... com toda certeza!

Congelada me encontro, o sol tornou-se cego

Diante a minha imagem sem nenhuma presteza.

A inutilidade mora em mim. Sou estranha

Para todos que tentam conviver comigo;

Cheia de fungos e teias como a aranha

Que espera sua presa sem sair do lugar.

Invejo aquele que tem um amigo

Para ser ouvinte e ter um ombro para chorar.

Dionea Fragoso
Enviado por Dionea Fragoso em 04/07/2010
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