DESDITA
Todos os cantores cantam o meu canto.
Foi uma cópia de um pássaro perdido
Entre as ramagens de um pequeno recanto,
Acompanhado do meu pobre coração ferido.
Sou uma solitária, prisioneira do meu ego,
Blasfemando o belo e o certo... com toda certeza!
Congelada me encontro, o sol tornou-se cego
Diante a minha imagem sem nenhuma presteza.
A inutilidade mora em mim. Sou estranha
Para todos que tentam conviver comigo;
Cheia de fungos e teias como a aranha
Que espera sua presa sem sair do lugar.
Invejo aquele que tem um amigo
Para ser ouvinte e ter um ombro para chorar.