"Cabra da peste"
Meus amigos eu sou mesmo um "cabra da peste"
Não nego o meu natural do sangue que me corre
Desnudo do meu orgulho de quem para tí recorre
A favor dos meus irmãos, em agonia no Nordeste
Então eu grito para o Sul, ao perfumado cipreste
A você que bem me ouve, se pode então socorre
Que me importo a suplicar a esperança não morre
Qual uma árvore de Juá que sobrevive no agreste
Sou jangadeiro cearense frente ao vento boreste,
Sou frevo pernambucano qual minha veia escorre,
Sou forró alagoano que dessa alegria me reveste!
Sou capoeira da Bahia a Norte, Sul, Leste e Oeste
Sou poeta desta terra que da súplica o verso jorre
Sou cativo duma paixão desta alma que me veste!
Valdívio de Oliveira Correia Júnior, 04/07/2010